segunda-feira, 23 de julho de 2012

Atentado terrorista em Burgas


Continua a investigação do atentado terrorista em Burgas na Bulgária, na sequência do qual foram mortos e feridos turistas de Israel. Novas versões não esclarecem o caso da explosão num dos mais tranquilos países europeus, que, porém, se tornou facilmente vulnerável. Uma reportagem de Burgas do correspondente da Voz da Rússia, Alexander Pelt, continua o tema.

"Consegui encontrar uma testemunha dos acontecimentos trágicos de 18 de julho. Um taxista, que não quis revelar o seu nome, contou que se encontrava a 30-40 metros do epicentro da explosão. A primeira impressão foi que um grande acidente de viação ocorreu na praça, mas, passados um-dois segundos, o prédio do aeroporto foi atingido por uma potente onda explosiva e apareceu uma alta colina de fumaça negra. Recobrando a calma, o meu interlocutor marcou imediatamente 112 e, como se verificou, o seu telefonema foi o primeiro comunicado sobre a explosão no aeroporto. Nas palavras do taxista, equipes de socorro e agentes da polícia chegaram muito depressa, várias ambulâncias partiam da praça transportando feridos. Os serviços especiais encerraram imediatamente o aeroporto, dirigindo todos os voos para Varna."

A imprensa búlgara escreve sobre várias versões do atentado terrorista. Algumas testemunhas oculares afirmam que o suposto autor da explosão não era um europeu de cabelos longos em shorts, cuja fotografia foi divulgada pelas autoridades do país. Pessoas viram um homem de pelo curto, que falava inglês com um sotaque bem expresso. As estruturas judiciárias responsáveis pela investigação comunicaram na véspera sobre um segundo suspeito do ato terrorista: o bombista suicida que fez explodir um ônibus com turistas israelitas tinha, alegadamente, um cúmplice.

Há também versões politizadas da explosão no aeroporto de Burgas. Deste modo, o agrupamento libanês Hezbollah teria vingado em nome do Irã a morte de cientistas físicos iranianos, especializados em energia nuclear, escolhendo para o atentado a tranquila Bulgária. Tais declarações foram feitas em Washington e Tel Aviv. Em resposta, um representante do Hezbollah declarou que a organização não faz guerra contra turistas. Jornais britânicos descobriram uma informação de que Mehdi Ghezali, um cidadão sueco e ex-preso de Guantánamo, seria o autor do atentado. Mas tanto Estocolmo, como Sofia desmentiram mais tarde estes dados. Finalmente, este domingo à noite, um agrupamento Qaedat al-Jihad (Base da Guerra Santa), até agora desconhecido, assumiu a responsabilidade pela explosão do ônibus com turistas de Israel. O Ministério das Relações Exteriores da Bulgária desmentiu imediatamente esta declaração.

Contudo, como destacam peritos, a explosão em Burgas inscreve-se bem na cadeia de acontecimentos ressonantes da semana passada: um ato terrorista em Damasco que decapitou a direção militar da Síria, uma pausa pesada no Conselho de Segurança da ONU em torno da resolução “síria” e, finalmente, um atentado terrorista duplo contra representantes do Islão tradicional no Tatarstão, república na composição da Federação Russa.

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