quarta-feira, 18 de julho de 2012

Repostado: A oposição síria leva o selo do Club Bilderberg


Tradução: Caminho Alternativo

O ‘projeto anti-Assad’ foi lançado pelo Ocidente muito antes de que explodisse o conflito.


Vários dos líderes da oposição síria estão relacionados com a maquinária anglo-americana de mudança de regimes que colocou sua atenção no país árabe em 2005.

Uma quantidade de personalidades chaves da oposição leva muito tempo no exílio e começou a receber apoio financeiro do Governo dos EUA para derrubar Al Assad muito tempo antes de que estourasse a primavera árabe.

Esses porta-vozes da democracia advogam por uma intervenção militar estrangeira na Síria, o qual os converte em aliados lógicos dos neoconservadores estadunidenses que respaldaram a invasão no Iraque sob o presidente George W. Bush e que estão pressionando o Governo de Barack Obama para que intervenha na Síria.

Por isso vários representantes da oposição encontraram apoio e em alguns casos inclusive desenvolvido relações lucrativas com os advogados da intervenção militar em ambos lados do Atlântico, escreve o jornal ‘The Guardian’.

As fontes mais citadas da oposição são os representantes oficiais do Conselho Nacional Sírio (CNS), reconhecido nos meios ocidentais como a principal coalizão opositora. Estabelecidas relações mais estreitas com Ocidente, o CNS vêm chamando a uma intervenção militar estrangeira desde as fases iniciais do conflito.

Os grandes meios ocidentais se limitam habitualmente a formulações tais como “porta-voz” ou “ativista pró-democrático” sem mostrar seu histórico nem laços políticos. Porém, várias dessas fontes estão relacionadas com o negócio anglo-americano de mudança de regimes.

Bassma Kodmani

Dos porta-vozes do CNS, o de maior importância é Bassma Kodmani, membro do comitê executivo do Conselho e responsável das relações exteriores.

Este ano Kodmani esteve presente pela segunda vez numa reunião do Club Bilderberg, uma associação fechada de personalidades influentes no mundo político e econômico que muitos acreditam ter as rédeas do poder mundial.

Para a conferência de 2008 foi registrada como cidadã francesa, mas em 2012 sua nacionalidade desapareceu e foi listada como “internacional”.

Bassma Kodmani

Vários dos líderes da oposição síria estão relacionados com a maquinária anglo-americana de mudança de regimes que colocou sua atenção no país árabe em 2005.

Uma quantidade de personalidades chaves da oposição leva muito tempo no exílio e começou a receber apoio financeiro do Governo dos EUA para derrubar Al Assad muito tempo antes de que estourasse a primavera árabe.

Esses porta-vozes da democracia advogam por uma intervenção militar estrangeira na Síria, o qual os converte em aliados lógicos dos neoconservadores estadunidenses que respaldaram a invasão no Iraque sob o presidente George W. Bush e que estão pressionando o Governo de Barack Obama para que intervenha na Síria. Um pouco antes, em 2005, Kodmani trabalhou no Cairo na Ford Foundation, uma organização sem ânimo de lucro que promove a democracia e o desenvolvimento humano, como diretora do programa de governo e cooperação internacional.

Até então, as relações entre EUA e Síria foram desintegradas e Washington chamou o seu embaixador em Damasco. “A oposição síria começou a receber dinheiro estadunidense depois de que George W. Bush congelasse de fato os vínculos políticos com Damasco em 2005”, escreve ‘The Washington Post’.

Em setembro de 2005 Kodmani foi nomeada conselheira geral de Arab Reform Initiative (Iniciativa para uma Reforma Árabe), um programa de investigação política lançado pelo Conselho de Relações Exteriores (CRE), um poderoso grupo de pressão dos EUA.

O projeto goza do apoio da elite dos serviços secretos e do setor banqueiro estadunidense, ao que se junta a supervisão financeira do Center for European Reform, com sede em Londres e vínculos com o mundo banqueiro, diplomático, industrial e da espionagem britânica.

Ademais, Kodmani conta com credenciais impecáveis na diplomacia internacional: ocupa o cargo de diretora de investigação da Academia Internacional Diplomática, uma instituição independente encabeçada por Jean-Claude Cousseran, ex-chefe da inteligência estrangeira da França.

Radwan Ziadeh é o diretor para relações exteriores do CNS. Também é membro do US Institute of Peace, um centro de estudos em Washington financiado pelo Governo estadunidense. Em fevereiro passado se uniu aos representantes da elite política estadunidense que assinaram uma carta dirigida à Obama solicitando uma intervenção na Síria.

Especialistas em relações públicas

Ausama Monajed costuma aparecer como especialista em programas televisivos. Também possui um blog em ‘The Huffington Post UK’ e não trata de suavizar seus comentários: “Vemos a civís massacrados, crianças assassinadas e mulheres violentadas na tela da televisão todos os dias”.

Monajed é assessor do presidente do CNS e o fundador de Barada Television, uma cadeia opositora com sede em Londres.

Em 2008 esteve em Washington, entre os convidados a um almoço com George W. Bush.

No ano passado o ‘The Washington Post’ citou vazamentos de correspondência diplomática divulgadas por WikiLeaks que apontam que o Departamento de Estado assignou ao menos 6 milhões de dólares para o canal Barada e outras atividades na Síria através do Movimento para a Justiça e Desenvolvimento, com sede no Reino Unido.

Monajed possui vínculos estreitos com Michael Weiss, um dos mais citados especialistas ocidentais sobre Síria e um veemente partidário da intervenção militar no país árabe. É diretor para relações públicas em Henry Jackson Society, um centro de estudos sobre política estrangeira com sede em Londres.

Ausama Monajed
Monajed é também o chefe da Hamza Fakher, especialista em relações públicas frequentemente citado como fonte fidedigna sobre os crimes do regime de Al-Assad.

“Estão vendendo a ideia de intervenção militar e mudança de regime que os principais meios têm ânsias de comprar”, escreve ‘The Guardian’.

Considerando os vínculos que os líderes opositores possuem com Washington e Londres, ou seja, os que realizariam a intervenção, o jornal deduz que “a informação e estatística dessas fontes não são necessariamente notícias senão uma campanha publicitária, uma campanha relações públicas”, acrescenta o periódico.

Contagem de vítimas desde o Reino Unido

Para apresentar uma intervenção como “inevitável” se enumeram nos meios várias atrocidades, bombardeios e violações de direitos humanos presuntamente cometidos pelo regime de Al-Assad.

Como fonte de uma avalanche destes dados destaca o Observatório Sírio de Direitos Humanos, com sede no Reino Unido. É muito difícil encontrar um meio que não o cite. Mas que são? “É Rami Abdulrahman, que reside em Coventry”, Reino Unido, escreve ‘The Guardian’.

“Quando não responde às chamadas dos meios internacionais, Abdulrahman está en sua loja de roupa que gerencia com sua esposa, localizada a poucos minutos de sua casa”, segundo um informe da Reuters em dizembro passado.

Não há escassez de notícias sobre o conflito na Síria. Porém, enquanto não se divulgam as fontes de informação, a máquina da guerra informática vai ganhar terreno. Mas a democracia que publicitam os inimigos do “autoritário” regime de Al-Assad de nenhuma forma garantem que no caso de sua queda o país continue independente.

Fonte: RT




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